quarta-feira, 5 de maio de 2010

Crises

(Ressussitada de um antigo blog!)

Ela nem acreditava que finalmente tinha o homem que tanto sonhou ao seu lado. Adolescente, nada mais era necessário senão um cara bonito, alto, gentil, que pudesse pagar a conta do restaurante, e, preferencialmente, mais velho.
Era assim que ele era. Ela nem pôde acreditar quando os seus lábios tocaram o dele, tão macios e experientes.
Passou-se a primeira semana, e tudo ainda era novo para ela, apesar de ser bem diferente do que ela antes imaginara.
Ele não tinha dito que a amava. Claro que não, faz só uma semana!, ela pensava.
Ele não se importava muito em ligar para ela, ou mandar muitas mensagens no e-mail ou no celular.
Ralaxa, garota, caras mais velhos são assim mesmo!
Ela não relaxava.
Até que chegou um dia que fez sua alegria crescer sem fim. O telefone toca. É ele.
- Oi! Escuta, vou chamar uns amigos pra uma pizza aqui em casa amanhã... tá afim?
- Er... é... claro! Vou sim!, aceita ela, sem ao menos saber se o pai aprovaria. Apenas dezesseis anos, ela pensa que pode decidir por si mesma?
Ela foi. A pizza acabou. Os amigos foram embora. Ela ficou. Começaram os beijos.
E os beijos foram ficando mais intensos e mais provocativos, à medida que eles se levantavam e se dirigiam para o quarto dele.
Ela sentia o sangue dela ferver e acelerar mais e mais no corpo dela, e os seus lábios não sabiam deixar os dele...
Pare com isso!, dizia a voz em sua cabeça, pare com isso agora!
Alguns minutos (que lhe pareceram segundos) depois, ela o empurrou. Notou que já não usava sua camiseta, e nem ele.
- Olha, começou. Precisamos conversar.
- Que foi? Disse ele, meio irritado e/ou confuso.
- Eu sou virgem. Não sei se é a hora.
Ela olhou para o seu rosto confuso e pensativo, como se milhões de coisas passassem na sua cabeça.
Ela vestiu sua camiseta e foi ao banheiro, imaginando se seu príncipe gostava dela mesmo assim. A verdade chegaria em um instante.